Entrevista à Coordenadora da Escola Básica das Naus
Entrevista à Coordenadora da Escola Básica das Naus
A professora Rute Domingos tem estado, nos últimos anos, na direção do Agrupamento de Escolas Gil Eanes, sendo há um ano coordenadora da Escola Básica das Naus, para além de continuar a dar aulas de Inglês
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Há quanto tempo pertence à direção da escola?
Rute Domingos: Há cinco anos.
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Como tem sido esta experiência?
RD: Tenho dias melhores e outros dias piores, mas o balanço global tem sido bom.
Preocupa-se mais com as pessoas ou com os resultados que a escola obtém?
RD: Preocupo-me mais com as pessoas, embora também ache que os resultados são importantes, porque quando nós nos preocupamos com as pessoas, com os alunos, por exemplo, eles sentem-se bem e também querem ter bons resultados. Então isso é como uma bola de neve, acho que os resultados são importantes, embora não seja o mais importante.
Ao longo deste ano já deve ter enfrentado algumas situações complicadas…
RD: Sim, é verdade, uma das dificuldades que nós estamos neste momento a enfrentar é a falta de assistentes operacionais na escola. É aquela que mexe um bocadinho com todo o funcionamento da escola.
Sempre sonhou pertencer à direção de uma escola?
RD: Nunca, embora não seja a primeira vez, já estive na direção de uma escola secundária, mas nunca pensei.
Gostava de continuar a exercer esta função?
RD: Por enquanto, sim, porque quando nós começamos um projeto também gostamos de o levar até ao fim. Não acho que se deva abandonar um projeto a meio, mesmo que ele não esteja a correr bem. Acho que devemos chegar até ao fim e depois fazer o balanço, se é para continuar ou não. Nós estamos a entrar no segundo ano de mandato, este é o primeiro de mais três, portanto são quatro anos de mandato e conto levá-lo até ao final, depois logo se vê!
Quais são os aspetos mais positivos e mais negativos desta função?
RD: Os mais positivos, apesar de ter poucas turmas, eu só tenho uma turma, é poder ter a oportunidade de falar convosco, passar no corredor e vocês virem conversar comigo sobre os vossos problemas, os vossos dilemas. Outra vantagem é, ao mesmo tempo que nos apercebemos desses problemas, termos acesso à possibilidade de resolver alguns. Os menos bons, é a burocracia, é muito papel e muito documento para preencher. Tudo o que se quer fazer, até um simples projeto, uma ideia simples, dá uma série de papelada para preencher.
O que é que a levou a aceitar este cargo?
RD: A equipa de trabalho. Quando a nossa diretora, a professora Paula Couto, nos propôs a direção da escola, eu perguntei-lhe quem era a equipa de trabalho que ela tinha convidado. A equipa de trabalho é muito importante e eu achei que conseguia trabalhar com aquelas pessoas porque já as conhecia e são pessoas em quem, além de lhes ter amizade, reconheci algum profissionalismo, portanto a equipa de trabalho é muito importante. Além disso eu gosto muito desta escola, estou aqui há onze anos e quando vim para cá fiquei apaixonada pela escola, portanto acho que isso também é importante, e é o facto de acreditar que somos nós professores que também fazemos a escola.
É mais complicado gerir os alunos ou os professores?
RD: Acho que os professores! As relações humanas são sempre um bocadinho difíceis e às vezes não é fácil. Embora não goste de criar inimigos com ninguém, com certeza que não agradarei a toda a gente, mas pronto, é mais difícil lidar com os professores, sim.
Agradecemos a disponibilidade da professora Rute Domingos para a realização desta entrevista, pois sem ela não teria sido possível realizar este projeto.
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